Acesso ReservadoEm 10 de março, o Sinaees-SP recebeu o professor-doutor Antonio Corrêa de Lacerda durante reunião do seu Grupo de Relações Trabalhistas e Sindicais (GRTS), para um debate sobre as perspectivas da economia brasileira e o mercado de trabalho.
Em sua apresentação inicial, Lacerda destacou que o país vive um momento delicado, na economia e na política, em função dos fatores que estão na ordem do dia. Segundo ele, diante disso, é preciso tomar decisões na área trabalhista. "Nós economistas fazemos as análises e projeções daquilo que se conhece e projetamos o que pode acontecer, mas não há nenhuma garantia que essa projeção se realize", disse. Lacerda informou que estas análises são importantes para se preparar para enfrentar eventuais crises e oportunidades.
Em relação ao mercado de trabalho no Brasil, Lacerda disse que a taxa de desemprego deve subir no curto prazo, mas a tendência é de que se mantenha baixa no longo prazo. Ele ressaltou, também, que o Brasil sofre com a escassez de mão de obra qualificada. "Há uma dificuldade de se contratar pessoas na indústria, principalmente em um setor altamente sofisticado como o eletroeletrônico, que requer formação e conhecimento específicos", disse.
Em sua avaliação, existe um conflito nos acordos salariais entre os sindicatos e as empresas, que pressionadas pelo fator mão de obra, acabam promovendo acordos fora da realidade, visando a retenção de pessoas.
Lacerda apresentou dados do CAGED (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados do Ministério do Trabalho e Emprego), sobre a evolução do saldo líquido de empregos gerados nos últimos 12 anos. Segundo ele, no ano passado, a indústria de transformação e da construção civil teve saldo negativo de 68% dos empregos e o setor de comércio e serviços, saldo positivo de 165%. "Porém, vale lembrar que a grande maioria das vagas do setor de comércio e serviços é de baixa remuneração", concluiu.